domingo, 7 de junho de 2009

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM PEDAOGIA - ENSINO FUNDAMENTAL/ SÉRIES INICIAIS CICLO DOIS 2.009.2 DOCENTE - MARIELSON CARVALHO
DISCENTE - DERISVAL SANTOS SOUZA ROCHA
Tertúlia
O filme "O Carteiro e o Poeta", narra o encontro do carteiro Mário Ruoppolo com o poeta Pablo Neruda. Mário mora em uma ilha do Mediterrâneo (Itália), sem infra-estrutura, onde a grande maioria dos homens vive da pesca. Só que ele não gosta de barcos e muito menos das velhas redes de pescaria. Mário consegue um emprego temporário como carteiro, de um único endereço, o de Pablo Neruda, poeta chileno que chega à ilha porque foi exilado de seu país por ser comunista.

Mário, homem naturalmente ingênuo, mas dotado de sensibilidade, encanta-se com a presença do importante poeta, a ponto de querer se tornar poeta também. O contato que passa a ter com Neruda desperta nele um conhecimento sobre si e seus sentimentos, abrindo seus olhos para ver o mundo limitado em que vive e que, agora, pode melhor entendê-lo.
O filme é uma injeção de poesia. Poesia que acabamos deixando perdida na correria do dia-a-dia, mas que sempre está ali, a nossa volta, no lugar onde vivemos, nas pessoas que conhecemos e dentro de nós mesmos.
O Vento na Ilha (Pablo Neruda).
Vento é um cavalo:
ouve como ele corre
pelo mar, pelo céu.
Quer me levar: escuta
como ele corre o mundo
para levar-me longe.
Esconde-me em teus braços
por esta noite erma,
enquanto a chuva rompe
contra o mar e a terra
sua boca inumerável.
Escuta como o ventome chama galopando
para levar-me longe.
Como tua fronte na minha,
tua boca em minha boca,
atados nossos corpos ao amor que nos queima,
deixa que o vento passe
sem que possa levar-me.
Deixa que o vento corra
coroado de espuma,
que me chame e me busque
galopando na sombra,
enquanto eu, protegido
sob teus grandes olhos,
por esta noite só
descansarei, meu amor.